S.C.U.P.A.

Sociedade Cooperativa União Piscatória Aldegalense - S.C.U.P.A.
Fundada a 2 de Março de 1913

A SCUPA está enquadrada nos limites do antigo Bairro dos Pescadores, que se estendia até ao rio, tendo pelo meio as salinas.
A SCUPA continua a ser uma referência na cultura fluvial do Montijo e o Museu “não pretende ser um depositário de memórias mas uma entidade viva”, ligada à comunidade e em diálogo permanente com ela.
É um lugar onde a comunidade se revê, no passado como no presente e também para pensar o futuro, já que ambos são feitos da mesma matéria.
O Museu não podia estar mais próximo da sua comunidade de origem e nasce da necessidade de a evocar, símbolo identitário de referência do Montijo.
A colecção do Museu começou a ser feita em 1988, por iniciativa do presidente de então, Manuel Luís Pereira dos Santos, filho e neto de pescadores.
Procedeu-se à recolha de peças por sócios da SCUPA, de doações de pescadores, antigos pescadores e de outras pessoas da comunidade.
Fizeram-se miniaturas de embarcações tradicionais, restauraram-se peças e reproduziram-se ambientes e lugares que faziam parte do dia-a-dia da faina, como a tasca reproduzida à escala real, que funcionava também como "venda" e que constituía o lugar de encontro por excelência.
O Museu oferece-nos um modelo em miniatura da antiga arte fixa que se praticava no rio (tapa-esteiros, vulgo cerco ou armação), documentos relativos às embarcações, uma embarcação de pesca tradicional, recuperada, que funcionava como “enviada”, redes e outros apetrechos.
Tem também uma sala dedicada às Festas e Tradições Religiosas, como as Festas de São Pedro (ou dos Pescadores), cuja organização cabe à SCUPA, e uma outra dedicada ao tráfego de cargas e descargas.
O Museu é uma extensão da SCUPA e a sua existência deve-se a ela.
Criada exclusivamente para servir os pescadores do Montijo, a SCUPA pertence hoje a toda a comunidade.
Em cerca de 400 sócios, são poucos os pescadores profissionais.
Até ao início dos anos setenta só eram admitidos pescadores e seus familiares. Funcionava como Cooperativa de Consumo, os pescadores descontavam dos seus rendimentos para o benefício de todos. Cada um pagava o que podia. Era como um “mealheiro dos pescadores e tinha uma função social muito forte”.
As sucessivas crises do sector e o envelhecimento da população obrigaram-na a uma reconversão, hoje essencialmente Cooperativa Cultural que promove, para além das festas com a Autarquia, actividades turísticas como os passeios no Tejo a bordo de uma embarcação tradicional restaurada também com o seu apoio. A embarcação à vela foi construída de raiz nos estaleiros do Montijo e depois motorizada para o turismo.